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Beeeeeeeeijão!

Caros irmãos e irmãs no Senhor Jesus,

Ao longo dos últimos anos meu ministério como evangelista ambulante tem me movido ao interior de uma vasta rede ecumênica. Tenho pregado o evangelho em igrejas reformadas, evangélicas e carismáticas, bem como em campi universitários, cafés da manhã de oração da presidência, encontros médicos e retiros de fim de semana. De Sacramento a São Petersburgo e de Chicago a Chula Vista. Repetidamente, fazem-me a mesma pergunta: “Brennan, com base em sua exposição a um espectro tão grande de comunidades cristãs, de que forma você descreveria o estado espiritual da igreja americana? Você tem alguma recomendação para sua reforma e renovação?”.

Vocês me incentivaram a não medir as palavras ou recorrer a melindroso nhenhenhém. Em resposta, escrevo esta carta aberta aos cristãos americanos e lhes submeto as seguintes reflexões e recomendações.

Adentramos o século XXI, e nunca houve outra época na história cristã em que o nome de Jesus fosse mencionado com tanta freqüência e o conteúdo de sua vida e de seu ensino tão freqüentemente ignorado. A sedução de um discipulado fraudulento tem tornado fácil demais ser cristão. Num clima de admiração mútua, as exigencias radicais do evangelho dissolveram-se em antiácido verbal, e a pregação profética tornou-se quase impossível. De modo geral, os cristãos americanos de hoje são alimentados a colheradas com o mingau da religião popular.

O evangelho de Jesus Cristo não é historinha de Pollyana para os neutros — é faca cortante, trovão implacável e terremoto convulsivo no espírito humano. A Palavra deveria nos forçar a reavaliar o rumo inteiro de nossa vida. Porém, nas palavras de Bonhoeffer, muitos cristãos “juntaram-se como abutres ao redor da carcaça da graça barata, e ali beberam o veneno que assassinou o seguir a Cristo”.

Fosse o evangelho proclamado sem concessões, o rol de cristãos de carteirinha neste país diminuiria. Em sua maior parte o televangelismo distorce o evangelho. Não há referência à cruz exceto como relíquia teológica, nenhum toque de clarim anunciando ao corpo de Cristo que estamos crucificados para o mundo e o mundo crucificado para nós. Em meia hora o evangelista eletrônico tem de converter você, curá-lo e garantir-lhe sucesso. Todos são vencedores; ninguém perde seu negócio, fracassa no casamento ou vive na pobreza. Se você é uma jovem atraente de dezenove anos e aceita Jesus, torna-se miss América; se você tem problema com a bebida, vence o alcoolismo; se faz parte da Liga Nacional de Futebol, é escalado automaticamente para a seleção.

Por mais incrível que possa parecer, a própria Palavra tornou-se fonte de divisão e de justiça própria. Jesus disse que o sinal mais evidente do discipulado seria nosso amor uns pelos outros. “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13:34-35). Seu ensino não deixa dúvidas aqui. Seríamos conhecidos como seus seguidores não por ser castos, celibatários, honestos, sóbrios ou respeitáveis; não por ser freqüentadores de igreja, carregadores de Bíblia ou cantadores de salmos. Antes, seríamos conhecidos como discípulos primariamente por nosso profundo e delicado respeito uns pelos outros, por nosso amor cordial impregnado de reverência pela dimensão sagrada da personalidade humana.

No entanto, num gesto arrogante de patifaria, muitos pregadores hoje em dia decidiram que o padrão de discipulado de Jesus é inadequado para os tempos modernos. O novo critério é ortodoxia doutrinária aliada ao modo de interpretar a Bíblia. “Crença correta” é a nova norma que determina o que vale um cristão. Nestes tempos perigosos não hesitamos em dividir comunidade, igreja local e até mesmo denominações por causa da forma de adoração, das canções que cantamos ou do método de interpretar uma passagem bíblica.

Meus amigos em Cristo, a verdade simples é que a igreja cristã americana está dividida por doutrina, história e conduta diária. Percorremos um longo caminho desde o século I, quando os pagãos exclamavam com maravilha e assombro: “Veja como esses cristãos amam-se uns aos outros!”. Privamos o mundo do único testemunho que o Filho de Deus requereu durante a ceia de seu amor. “Nossa presente desunião não tem como ser a vontade de Deus para nós; é escândalo para anjos no céu e para seres humanos na terra”.[1]

Deixem-me, no entanto, dizer que ao longo deste país há uma congregação aqui, uma comunidadezinha ali, testemunhas isoladas no horizonte cujas vidas não fazem nenhum sentido se Jesus não ressurgiu. Eles vêem o cristianismo não como ritual, mas como modo de vida. Sua vida longe das câmeras são impressionantes. Eles fazem coisas que ninguém jamais poderá saber com a mesma sinceridade com que fazem as coisas que as pessoas podem ver. Eles arriscaram tudo na assinatura de Jesus e crêem firmemente que viver sem risco é arriscar não viver.

Entristece-me profundamente em nossa cultura aquilo que só posso chamar de idolatria das Escrituras. Para muitos cristãos a Bíblia não é uma seta apontando para Deus, mas o próprio Deus. Numa palavra: bibliolatría. Deus não tem como confinar-se entre as capas de um livro. Perco depressa a paciência perto de gente que fala como se o mero escrutínio de suas páginas pudesse revelar precisamente como Deus pensa e como ele quer.

Os quatro evangelhos são a chave para o conhecimento de Jesus. Contudo, de modo recíproco, Jesus é a chave do significado do evangelho — e da Bíblia como um todo. Em vez de permanecermos satisfeitos com a letra crua, deveríamos passar para os mistérios mais profundos disponíveis apenas por meio de um conhecimento íntimo e sentido da pessoa de Jesus.

Com o risco de soar repetitivo, vou dizê-lo novamente: tomamos fácil demais ser cristão. Os únicos requerimentos são a recitação de um credo e a freqüência a uma igreja local onde há pouca comunhão e comunidade nenhuma. O cristianismo costumava ser negócio arriscado. Não é mais. O discipulado livre de custos produz paspalhos e personalidades melífluas que, na frase contundente de Scott Peck, “pertencem a uma igreja na qual o nome de Jesus convive blasfemamente com a corrida armamentista”.[3]

De meu ponto de vista, a necessidade mais urgente da igreja americana é conhecer Jesus Cristo: viver e respirar as palavras do apóstolo Paulo: “Tudo que quero é conhecer a Cristo e experimentar o poder de sua ressurreição pelo participar da comunhão de seu sofrimento (cf. Fp 3:10-11). Você e eu somos chamados para ser pessoas à maneira de Jesus. Nada mais importa. Nosso alvo é nos tornarmos como Cristo, ter sempre sua imagem diante dos olhos. O discipulado é um apego completo a Jesus Cristo em seu presente estado de ressurreição: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hb 12:2). Devemos permanecer inteiramente focalizados em Cristo, sem buscar a realização na lei, na afiliação à igreja, na piedade pessoal, no sucesso ministerial ou no avanço profissional. “Cristo é tudo em todos” (Cl 3:11).

Paulo é modelo de dedicação irredutível a Jesus. Ele teve a audácia de ostentar: “Nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2:16). A ostentação era validada por sua vida. Desde o momento da conversão, a mente e o coração de Paulo ocuparam-se de Jesus Cristo (cf. Fl 3:21). Cristo era uma pessoa cuja voz Paulo podia reconhecer (cf. 2Col3:30), que o fortalecia nos momentos de fraqueza (12:9), que o iluminava, mostrava-lhe o significado das coisas e o consolava (1:4-5). Abatido pelas acusações difamatórias de falsos apóstolos, Paulo admitiu visões e revelações do Senhor Jesus (12:1). A pessoa de Jesus desvendou para ele o mistério da vida e da morte (cf. Cl 3:3).

Na novela O sol é para todos, o velho advogado Atticus Finch afirma: “Você nunca vai compreender um homem até se sentir na pele dele e olhar o mundo através de seus olhos”. Paulo olhava o mundo tão sensivelmente através dos olhos de Jesus Cristo que Jesus Cristo tornou-se o ego do apóstolo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

Se o apóstolo retornasse à terra hoje, creio que conclamaria toda a igreja americana a retornar à disciplina do segredo. Essa antiquíssima prática da igreja apostólica foi implementada para proteger o nome sagrado de Jesus Cristo da zombaria e os mistérios da fé cristã de profanação. A igreja cristã evitava a menção do batismo, da eucaristia, da morte e ressurreição de Cristo na presença dos não-batizados.[4] Por quê? Porque o testemunho mais persuasivo era o modo que se vivia, não as palavras que se falavam.

S0ren Kierkegaard certa vez descreveu dois tipos de cristãos: o primeiro engloba os que imitam Jesus Cristo; os segundos são os que se satisfazem em falar dele. Eu dividiria a comunidade cristã nos Estados Unidos entre gente pictórica e gente dramática. A gente pictórica enxerga Jesus a uma distância segura, da maneira que se olha na Galeria Nacional de Washington para o quadro da última ceia pintado por Salvador Dali. A gente dramática não é composta por meros espectadores; como a audiência envolvida diretamente na tragédia grega Antígona, são participantes pessoais no drama da morte e ressurreição de Jesus, mediante um morrer diário para o eu e um ressurgir para novidade de vida em Cristo.

Proponho que o empreendimento cristão de edificar o reino de Deus na terra seja um negócio silencioso e oculto. As reivindicações públicas do cristianismo perderam a credibilidade. As palavras de nossos lábios são contraditas por nosso modo de vida.

O problema com a igreja americana não é o fato de que algo esteja escondido, mas que muito pouco tem permanecido oculto. Que a igreja viva no subterrâneo por algum tempo. Ao mesmo tempo que abraça a discrição, eleve também os critérios para filiação. Somos a igreja. Apresentemos ao mundo a imagem de uma comunidade de servos e preservemos a beleza do evangelho não com um fervor gritante e defensivo, mas com uma vida interior intensa de oração e adoração, serviço e conduta de vida que só possam ser explicados em Deus.

A adoração é o ápice da vida da igreja, fonte de todo o ministério, da solidariedade compartilhada em comunidade que toma a fidelidade a Jesus possível. A adoração, como expressão da disciplina do segredo, não é para amadores em busca de entretenimento.

Ela é apenas para pequenos grupos de cristãos claramente comprometidos que caracterizam uma comunhão intensa baseada em sua lealdade comum e acentuada a Jesus; e sua expressão do significado dessa lealdade e comunhão é comunicada para e na companhia uns dos outros em adoração[…] A adoração como disciplina hermética não é para as ruas, para os cartazes, para a mídia, para as massas. Não são por certo os cultos de amanhecer de Páscoa no Hollywood Bowl, não os exercícios dominicais de religião civil americana no East Room da Casa Branca, não a religiosidade ou as cruzadas no Astrodome[…] Não é cristianismo de adesivo de pára-choque e papel de carta. A igreja[…] se tornará rigorosa nas estipulações para afiliação e devota em sua prática de disciplinas. Dará também sua propriedade em favor dos necessitados.[5]

A disciplina do segredo ajudará a igreja americana a libertar-se da religiosidade. Carregamos muita bagagem religiosa do passado. Em diversas igrejas locais que visito, a religiosidade empurrou Jesus para as margens da vida real e fez com que as pessoas mergulhassem na preocupação com a própria salvação pessoal. Quando o medo do pecado e da morte domina a consciência cristã, tornamo-nos excessivamente introspectivos; tiramos os olhos de Jesus e perdemos qualquer senso de responsabilidade ética para com a comunidade humana mais ampla. Muitas pessoas têm confundido as estruturas da religião com a revelação e a fé. A disciplina do segredo insiste que Jesus não é apenas o centro do evangelho, mas de toda nossa vida cristã. Nossa fidelidade a ele e imitação de sua vida darão credibilidade ao cristianismo.

O uso excessivo esvaziou o sentido de grande parte do idioma cristão. Quando encontrar alguém em meio a dor e desolação, não fale o idioma bíblico conhecido por você e disponível para você: fique ao lado da pessoa ferida em sua solidão e quebrantamento, chore e lamente com ela, e deixe que seu silêncio seja sua compaixão.

Faço questão de lembrar a cada seguidor de Jesus que o discipulado nada mais é que estar pronto a obedecer a Cristo tão incondicionalmente quanto os primeiros discípulos. Apenas quem crê é obediente, e apenas quem é obediente crê. Jamais confunda sucesso ministerial, conhecimento bíblico ou domínio conceituai cristão com santidade e discipulado autêntico. Eles podem muito bem tratar-se de corrupções do discipulado se sua vida não estiver escondida com Cristo, em Deus.

Jesus Cristo ofendeu a ordem política e religiosa da Palestina. O cristão, também, acabará sendo motivo de ofensa, e se não o fizer é mau sinal, significa que não está sendo muito cristão.

Nesta carta, caros irmãos e irmãs, procurei compartilhar minhas percepções sobre a igreja americana e oferecer recomendações para uma renovação com base nos escritos de Paulo. Neste momento da história da igreja, creio que o retorno a disciplina do segredo é essencial para a revitalização e a credibilidade da comunidade cristã nos Estados Unidos. O evangelho de Jesus Cristo não deve ser forçado sobre um mundo não inclinado a abraçá-lo. Para ser direto, as pessoas estão cheias de nossos sermões. Elas querem uma fonte de poder para sua vida. Podemos recomendá-la apenas tomando-a ativamente presente em nós mesmos. Para o crescimento da igreja na próxima década, o princípio operativo é: “menos é mais”. Pouco antes de morrer, o líder marxista Lênin disse: “Dê-me dez homens como Francisco de Assis e eu dominarei o mundo”.

Por favor, orem por este peregrino. Não me coloco acima de vocês: sento-me ao seu lado.

Sob a Misericórdia,

Brennan Manning

Nova Orleans, Louisiana 15 de janeiro de 1992


[1]

Caminhada…

Foi assim…
Quando menos se esperava, a prova.
E tudo ficou meio cinza, nublado…
A vida vem em ondas como o mar,
já dizia Vinícius…
De repente, o inesperado…
Sai da tua terra… da tua parentela…
Lugares desconhecidos, mistérios…
Só a certeza de caminhar
sem saber pra onde, nem como…
Só uma certeza: com quem se vai!
É assim…
Quando a gente menos espera, o chamado.
E a vontade dEle clareia… é manhã…
O choro durou a noite toda… tristeza…
Mas olhando lá na frente… certeza
Qual certeza? Nenhuma… só a incerteza,
ela por si só… a dar medo!
Como ir assim, nessa incerteza
E na fé do incerto… mas na fé??!!
Crendo contra a esperança…
Certeza, só da incerteza do caminho
mas da companhia certa
E isso faz toda a diferença…
Será assim…
Quando menos se esperar, o caminho.
E se abrirá, estreito, paciente
Esperando nossos passos… caminhada
E a certeza, qual será? Nenhuma ainda…
Só aguardará a fé que é da jornada
De se andar rumo ao tudo, mas sem nada
Nada que nos faça dar a volta
Retornar ao ponto de partida… não!
O caminho é para a frente…

ah queria falar outra coisa. rsrs.

estava dando uma olhada no blog da Ana Paula e foi com muita alegria que li um dos postes. Pra quem conhece a história da Ana, sabe que ela era estéril e que hoje tem um filho, fruto de um verdadeiro milagre; e acontece que a Ana está grávida novamente. \o/

isso alegrou muito o meu coração, além das maravilhosas notícias *-* da nova gravação do CTMDT, e a produção do DVD: ” A canção do amor”.

e só! Alegre-se também 😉

Olá pessoal, queria compartilhar uma música com vocês que tem tocado muito o meu coração. Na verdade sou suspeita a falar, pela admiração que tenho pela Heloísa Rosa.

Mas aqui está a música, faixa 9 do novo cd: “estante da vida” que com certeza absoluta recomendo.

o nome da música é: Há tanto tempo! aqui vai a letra e um vídeo do youtube pra quem quiser ver:

Há tanto tempo tenho me perdido
Há tanto tempo tenho me esquecido…
Eu me afastei de Ti Senhor
Eu me afastei do Teu amor

E quando eu Oro, já não te vejo mais
E quando eu Canto, já não percebo mais
Eu me afastai de Ti Senhor
Ajuda-me a renascer em Ti

Jesus, eu estou voltando
Jesus, eu estou voltando, ao meu primeiro amor…
Para Ti Senhor

Estava descendo da escola hoje à noite, e meu cadarço do all star desamarrou, e tinha o batente de uma casa, onde dava para apoiar meus livros e amarrar o cadarço tranquilamente, mas pensei: não, não vou amarrar agora, quando não der mais pra andar, eu paro e amarro!

Andando um pouco, o E. Santo começou a ministrar na minha vida através desse ato. Aí você pergunta: como? :S Então, uma analogia com nossa vida espiritual cabe perfeitamente.

O cadarço amarrado no tênis é uma metáfora a nossa vida de oração, de leitura da Palavra, de jejum e etc.; já os livros representam nossos afazeres, nossos problemas (…)

Há momentos em que a nossa vida devocional não está lá muito bem né? Paramos um pouco de ler, mais um pouco ainda de orar e jejuar. Neste momento ainda dá pra caminhar, dá pra ir levando. Mas tem um batente pra apoiar nossos problemas e afazeres quando ainda dá pra caminhar, só que pensamos assim: não, assim ta bom! Dá pra continuar, quando ficar muito ruim eu paro e retomo minha vida devocional.

Com o tempo eu fui andando, mas depois de um pouco, não dava mais pra continuar, simplesmente se eu andasse ia tomar uma queda. Mas nesse momento num tinha lugar algum pra apoiar meus livros, estava eu, parada no meio da rua, com livros na mão e um cadarço desamarrado. Cabe ressaltar que se eu continuasse mais um pouco, o tênis ia sair do meu pé.

Então, chega um momento que não dá mais pra andar sem comunhão com Deus, não dá pra levar, você está prestes a cair, mas os seus afazeres e problemas estão ocupando todo o seu tempo e você não tem condições nenhuma de largar tudo pra poder ajeitar sua vida espiritual, mas e aí? Se você continuar, toma uma queda, aí sim seus livros vão ser espalhados por toda a parte e pior que isso, você

Vai se machucar, e muito, pois seus pés vão estar do lado de fora do tênis. Você entende?

O único jeito é pegar os problemas, as coisas que tem nos sufocado e colocar no chão, colocar de lado por uns instantes, até você reorganizar o que é mais importante, a sua vida com Deus.

Agora no final, a pergunta que não quer calar: não seria mais fácil amarrar o cadarço quando ele tava solto só um pouquinho? Não era mais proveitoso? Você não teria ficado sufocado e desesperado, certo? Simplesmente você poderia andar sem medo de cair.

Assim é nossa vida cristã, é melhor, e bem melhor, ajeitar as coisas enquanto elas estão só um pouquinho fora do lugar, do que deixar pra arcar com as conseqüências depois!

Bom gente, tou bastante em falta aqui. Mas tava meio que sei lá… IUAHDIUAHD na verdade num sei bem o que postar, só mesmo registrar aqui a grandeza da fidelidade de Deus, que mesmo nos momentos mais dolorosos está presente, e atinge o lugar onde só Ele consegue tocar, trazendo cura.

fé em Deus é confiar nEle.

confiar que Ele supre nossas necessidades

confiar que Ele nos ama independente de tudo

confiar no sacrifício de Jesus

e levá-Lo consigo, independente das situações.

Um anjo velho foi mostrar para um novo o planeta Terra.

Enquanto os dois se aproximam da estrela a que chamamos nosso sol e dos seus planetas circulantes, o anjo mais velho aponta para uma esfera pequena e um tanto insignificante que se movia muito lentamente sobre o seu eixo. Ela parecia tão sem graça quanto uma bola de tênis suja para o pequeno anjo, cuja mente estava cheia do tamanho e da glória de tudo quanto vira.

— Quero que você observe esse planeta em particular — disse o anjo mais velho, apontando com o dedo.

— Bem, parece muito pequeno e um tanto sujo — disse o pequeno anjo. — O que há de especial nele?

Para o pequeno anjo, entretanto, a terra não parecia tão impressionante. Ele ouvia aturdido e incrédulo enquanto o anjo mais velho lhe dizia que aquele planeta, pequeno e insignificante e não muito limpo, foi o famoso Planeta Visitado.

Você quer dizer que o nosso grande e glorioso Príncipe […] desceu em Pessoa para essa bolinha de quinta categoria? Por que ele fez uma coisa dessas? […]

O rosto do pequeno anjo enrugou-se de desgosto.

— Você está-me dizendo — ele disse — que ele desceu tão baixo para se tornar uma daquelas criaturas rastejantes e arrepiadoras daquela bola flutuante?

— Sim, e não penso que ele gostaria de que você as chamasse de “criaturas rastejantes e arrepiadoras” com esse tom de voz. Pois, por estranho que possa parecer para nós, ele as ama. Ele desceu para visitá-las a fim de torná-las parecidas com ele.

O pequeno anjo ficou pasmado. Tal pensamento estava quase além de sua compreensão.

retirado do livro: O Jesus que eu nunca conheci – Philip Yancey

Considerando que oito horas de sono são o ideal para uma pessoa, quase oito horas de sono devem ser quase o ideal. É lógico. Então, se eu conseguir dormir até a meia-noite e acordar amanhã às sete e vinte, está ótimo. Ou quase ótimo. Vou acordar feliz, bem-disposta, capaz, praticamente recuperada. Se eu dormir até a meia-noite. Ainda tenho cinco minutos. Cinco minutos é tempo de sobra pra uma pessoa pegar no sono, quer ver? Vou pegar no sono em cinco minutos. Boa noite. Estou quase dormindo. Quase. Dormi. Não dormi? Acho que não. Mas vou dormir agora. Senão os pensamentos começam a entrar na minha cabeça e aí, minha filha, nunca mais. Um pensamento puxa outro, que puxa outro, parece até que pensamento tem corda. O negócio é não deixar entrar o primeiro, tá vendo? Foi só começar a pensar em não pensar e quando eu vi já estava pensando em pensamento com corda. E de corda pra acorda é um pulo. E é melhor eu não pensar em acordar senão eu não consigo dormir. E eu preciso estar inteira amanhã. Ou vai ser uma tragédia. Calma, também não é assim. Ainda tenho cinco minutos pra pegar no sono. Se bem que agora já não faltam mais cinco, quantos minutos se passaram até agora? Esquece e dorme. Boa noite. Dormi. Não dormi? Se eu tivesse dormido não estaria pensando se dormi ou não dormi. Estaria dormindo. Isso prova que não dormi ainda. Amanhã vou acordar um lixo. E tenho um dia dificílimo pela frente, com uma lista enorme de coisas pra resolver: vinte minutos de meditação ao acordar, ginástica às oito, reunião às dez em ponto, consertar o carburador do carro, desmarcar o dentista, comprar tinta pra impressora, ligar pro Geraldo, esquece o Geraldo e dorme. Você já trancou a porta, já fechou o gás, já tomou seu banho, já foi à cozinha, já bebeu seu leitinho quente, já pensou em quantas calorias tem um copo de leite, você já se preocupou demais por hoje. Você precisa dormir. Isso. Eu preciso dormir. Então, boa noite. Tem certeza de que eu tranquei a porta? Tranquei, sim. Fechou o gás? Claro. Não lembra? Logo depois do banho. Fechei o gás, fui à cozinha, bebi meu leitinho quente, quantas calorias tem um copo de leite? Eu não devia ter botado açúcar pra depois não ficar culpada. Depois eu fico culpada. Agora eu vou dormir. Já me preocupei demais por hoje, e amanhã, não, eu não vou pensar no que tenho de fazer amanhã. Tenho um dia dificílimo pela frente, com uma lista de coisas pra resolver, e se eu não dormir até meia-noite e meia, uma hora, vou terminar pulando a meditação. É uma opção. Faço ginástica às oito e de lá vou direto pra reunião às dez em ponto no Centro, vou de carro ou vou de táxi? Amanhã você resolve isso. Certo. Eu resolvo isso amanhã. Boa noite. Mas eu já tenho coisas demais pra resolver amanhã, assim não vai dar tempo. Será que não é melhor ir pro Centro de táxi pra poder ir resolvendo outras coisas no caminho? Está resolvido. Amanhã eu resolvo o resto. Boa noite. Se eu conseguir dormir até uma e meia e acordar às nove, já está bom. Pulo a meditação, falto à ginástica, pego um táxi pro Centro e aí só falta resolver o resto da vida. Mas eu tenho o dia inteiro pra resolver tudo. Ligar pro Geraldo, terminar o relatório, passar no supermercado, chamar o homem da televisão, esquece o homem da televisão e dorme. Já deve ser bem mais de uma. Olho o relógio ou não olho? Se eu olhar e for muito tarde, vou ficar nervosa. Mas se eu não olhar vou ficar imaginando que é mais tarde do que é na verdade e fico mais nervosa ainda. Esquece o relógio e dorme. Boa noite. Não vou pensar em amanhã, não vou pensar em hoje, não vou pensar nas horas, não vou pensar em nada. Nadinha. Um nada absoluto. Pensar em nada é pensar em alguma coisa? Olha aí eu pensando de novo. É por isso que não durmo. Durmo, sim. Quer ver? Vou contar carneirinhos. Um carneiro, dois carneiros, três carneiros, quatro carneiros, pronto, agora o quinto carneiro enganchou e não quer entrar no meu pensamento. Vem, carneiro. Por favor. Tá fazendo o que aí fora? Arranjou uma namorada, foi? Então já são mais dois carneiros, ele e a namorada, fora os filhotinhos que eles podem ter, olha só que maravilha, vão ser não sei quantos carneirinhos pra contar. Vou dormir na hora. Venham, carneiros. Um de cada vez. Podem entrar. Esses carneiros estão de implicância comigo. Estou começando a me irritar. Daqui a pouco cometo um carneiricídio. Assim que eles entrarem. O problema é que eles não entram. Esquece os carneiros e dorme. Será que, se eu pensar em capim, os carneiros entram pra comer o capim? Capim. Capim. Carneiro come capim? Esquece o capim e dorme. Já devem ser quase duas e você aí acordada. Amanhã vai estar um lixo. Eu não vou estar um lixo amanhã pela simples razão de que vou dormir agora, quer ver? Boa noite, dormi, não dormi?, ainda não. Mas vou dormir imediatamente. É só não pensar em amanhã porque amanhã eu tenho um dia dificílimo pela frente com uma lista de coisas pra resolver: chamar o homem da televisão, comprar queijo ralado, dar uma passadinha no laboratório pra buscar os exames, descobrir se carneiro come capim, não acredito que já é de madrugada e eu estou aqui pensando em capim, esquece os pensamentos e dorme, vou dormir, você não pode pensar em amanhã, eu não vou pensar em amanhã, não vou mesmo, de jeito nenhum, amanhã eu tenho um dia dificílimo com uma lista de coisas pra resolver: descobrir se carneiro come capim…

Há um poema do crítico literário C.S. Lewis que é uma espécie de confissão. Na primeira vez em que o li, me identifiquei tanto com seus sentimentos que era como se alguém estivesse chamando meu nome. Sempre retorno a esse poema quando penso sobriamente sobre minha fé, sobre os preceitos gerais da espiritualidade cristã, os belos preceitos que indicam que somos falhos, todos somos falhos, o político corrupto e o devoto professor de escola dominical. No poema C.S. Lewis se auto-analisa. Ele fala de sua própria depravação com uma espécie de bravura comovente:

All this is flashy rhetoric about loving you.
I never has a selfless thought since I was born
I am mercenary and self-seeking through and through:
I want God, you, all friends, merely to serve my turn.

Peace, re-assurance, pleasure, are the goals I seek,
I cannot crawl one inch outside my proper skin:
I talk of love –a scholar’s parrot may talk Greek–
But, self-imprisoned, always end where I begin.

*******

[Tudo não passa de retórica barata sobre amar você.
Eu nunca tive um pensamento altruísta desde que nasci.
Sou um mercenário egoísta o tempo todo;
Quero Deus, você, todos os amigos apenas servindo a mim.
Paz, garantia, prazer, são minhas metas.
Eu não consigo me arrastar um centímetro fora de minha pele;
Eu falo de amor — o papagaio de um professor pode falar grego —
Mas, preso dentro de mim, sempre acabo onde comecei.]

Geralmente, fico sentado em meu quarto ponderando se eu sou como o papagaio do poema de Lewis, balançando em minha gaiola, recitando Homero, o tempo todo sem saber o que estou dizendo. Falo sobre amor, perdão, justiça social; invisto contra o materialismo em nome do altruísmo, mas será que já controlei meu próprio coração? Praticamente todo o tempo eu passo pensando em mim mesmo, me satisfazendo, me tranqüilizando, e, quando termino, não restou nada para os necessitados. Seis bilhões de pessoas vivem neste mundo e só consigo pensar em uma – eu.
[Felipe Garcia]